Thursday, July 20, 2006

Hegemonia não é invenção de lunáticos de direita!

Nada do que está nesse blog é invenção para fins políticos ou partidários, tudo que disponibilizamos aqui pode ser comprovado nas fontes disponíveis na web. Por isso preferimos pôr links pró e contra Gramsci, para que o leitor tire suas próprias conclusões através do exame das opiniões diversas. Quando meu amigo Gustavo Escher afirmou que há uma hegemonia, no sentido gramsciano, da esquerda no Brasil, ele não estava errado, e ela foi muito bem planejada.
Já não se pode mais negá-la ou escondê-la!! A verdade é filha do tempo, dizia Santo Agostinho...

Leiam esse enxerto, retirado de um dos links pró-Gramsci, e saibam porque todo professor de história é de esquerda:

" Teoricamente, o debate dos educadores encontrou nos escritos de Antonio Gramsci um grande alento. Presenciamos a uma verdadeira “gramscimania”, isto é, a uma excepcional difusão dos escritos desse intelectual marxista italiano. Calcula-se que mais de 40% das dissertações e teses de pós-graduação em educação, produzidas na década, citavam Gramsci como principal referência teórica. Suas frases eram citadas, em epígrafe, nos projetos ou propostas de política educacional de várias secretarias de educação, estaduais e municipais. O nome de Gramsci era citado com grande freqüência nos congressos e nas reuniões das várias associações científicas e sindicais dos educadores. A literatura sobre ele e dele era sempre bem-vinda e até mesmo bem vendida.
O primeiro saldo positivo decorrente dessa onda de estudos marxistas, sobretudo da visão gramsciana, foi o abandono por parte dos educadores do velho marxismo ortodoxo stalinista e a adoção sistemática da crítica ao tradicional didaticismo técnico. Privilegiou-se a visão teórica que explica o fenômeno escolar pela sua relação com a sociedade, com a economia e com a política. O discurso repleto de citações gramscianas era, para os educadores de duas décadas passadas, elemento de distinção cultural que os prestigiava com relação aos tradicionais pedagogos didaticistas. Gramsci e também Paulo Freire tornaram-se bandeiras de orgulho e estímulo para a organização político-sindical dos pedagogos.
Observe-se, também, que durante esses anos de transição do autoritarismo militar para a democracia ganhou relevância o termo de
educador, sobrepondo-se ao de professor, justamente porque educador semanticamente explicitava a necessidade do engajamento ético-político dos professores. Com efeito, o conceito de educador transcende o de professor. Este refere-se às competências específicas adquiridas por uma pessoa, que as transmite a outras, ensinando-as e treinando-as. Aquele refere-se à responsabilidade na formação integral do cidadão, à cumplicidade radical entre educando e educador. O professor que não assume plenamente a função de educador e se exime de sua responsabilidade de ensinar a leitura do mundo, para restringir-se à leitura das palavras - utilizando expressões freirianas -, era considerado um técnico asséptico, reducionista, que reeditava na prática pedagógica a velha tese da neutralidade científica.
Enfim: durante os anos oitenta, o pensamento pedagógico se modernizou, se arejou ao assumir sua dimensão de engajamento político. Novos conceitos e novas perspectivas teórico-práticas enriqueceram os debates no campo da educação, onde com muita freqüência utilizavam-se termos e conceitos até então desconhecidos, como: sociedade civil e política - hegemonia - ideologia e contra-ideologia - intelectuais orgânicos e tradicionais - a educação como ato político-partidário - educação e cidadania, etc. Mais ainda: politicamente, a maioria dos educadores dos anos oitenta, sabedora de que a escola não se explica por ela própria e sim pela relação política que mantém com a sociedade, lutou para colocar na administração educacional partidos e homens compromissados com os objetivos da escola popular e libertadora. Até mesmo redutos tradicionalmente mais fechados, como os dos
especialistas da educação (orientadores educacionais, administradores ou gestores, supervisores, diretores, etc.) foram influenciados pela idéia do ato pedagógico ser ao mesmo tempo um ato de compromisso político. Nos congressos de área (nacionais, estaduais, regionais e municipais), os especialistas da educação afirmavam que a relação pedagógico-científica era fundamentalmente uma relação de hegemonia política. Assim, instigavam professores a buscarem uma forma de relação profissional que fosse ao mesmo tempo uma nova relação hegemônico-política, isto é, a hegemonia da classe trabalhadora.
Como vimos, esse movimento político dos educadores, ao longo desses últimos vinte anos, engrossou o movimento político nacional que desaguou nas vitórias eleitorais do Partido dos Trabalhadores, nos estados, nos municípios e, hoje, na federação. "(...)
grifos meus.

Leia o texto na íntegra aqui


Tuesday, July 11, 2006

Não percam o artigo de Diego Casagrande A Revolução Silenciosa.
Indicado no blog do Luís Afonso Assumpção