Wednesday, June 21, 2006

O PT e a Estratégia Gramsciana - III (notas)

Notas:

1. A tal ponto que, José Afonso da Silva, autor de esquerda, classifica a constituição de 88 como do tipo “transformista: que prometem explícita ou implicitamente a transição para o socialismo democrático pluralista, como a de Portugal, de 1976 com a revisão de 1982, a da Espanha, de 1978, a do Brasil(por seu conteúdo social, sem prometer o socialismo)(...)”p. 169. Diz ele em outra passagem que, no art. 5º, “os direitos individuais estão contaminados de dimensão social” e que com isso, “transita-se de uma democracia de conteúdo basicamente político-formal para a democracia de conteúdo social, se não de tendência socializante. Quanto mais precisos e eficazes se tornem os direitos econômicos, sociais e culturais, mais se inclina do liberalismo para o socialismo. Transforma-se a pauta de valores: o liberalismo exalta a liberdade individual, formalmente reconhecida, mas, em verdade, auferida por pequeno grupo dominante; o socialismo realça a igualdade material de todos como a única base sólida em que o efetivo e geral gozo dos direitos individuais de liberdade encontra respaldo seguro”. p. 184, Afonso da Silva, José. Curso de Direito Constitucional Positivo. 23ª ed. Malheiros Editores. Não custa lembrar que nada do que está ocorrendo hoje no Brasil seria possível se a crença na “bondade intrínseca” do socialismo não estivesse tão arraigada na mente dos brasileiros.

2. Resumo baseado principalmente em Carvalho, Olavo de, A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjot Capra & Antonio Gramsci, Rio, IAL & Stella Caymmi, 1994, (Disponível em www.olavodecarvalho.org), e em textos diversos publicados em http://www.artnet.com.br/gramsci/ e http://www.acessa.com/gramsci/, sites dedicados à divulgação da obra do italiano. As consultas diretas à obra de Gramsci foram poucas, e somente a versões digitais. Embora não valha como justificativa, lembro que os inimigos do liberalismo nunca leram um livro liberal. Recomendo os livros de Sérgio Augusto de Avellar Coutinho, embora não os tenha lido: Cadernos da Liberdade, Belo Horizonte, Ed.Sografe, 2003, e A Revolução Gramscista no Ocidente, Rio, Estandarte Editora, 2001.

3. Carvalho, Olavo de, A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjot Capra & Antonio Gramsci, Rio, IAL & Stella Caymmi, 1994.

4. idem.

5. in Gramsci e a crítica da modernidade; Jornal do Brasil, 2 jun. 2001. Caderno Idéias-Livros, p. 8. Disponível em http://www.artnet.com.br/gramsci/arquiv163.htm

6. v. Mayo, Peter. Gramsci, Freire and Adult Education. Master Dissertation, University of Alberta, 1989.

________. Gramsci, Freire and Critical Pedagogy. London, Zed Books, in press.

Citados por Morrow, Raymond A.; Torres, Carlos Alberto. Gramsci e a Educação Popular na América Latina. Percepções do debate brasileiro. In Currículo sem Fronteiras, v. 4, n. 2, pp. 33-50, Jul/Dez 2004. Disponível em: http://www.curriculosemfronteiras.org/vol4iss2articles/morrow.pdf

7. Rodrigues, Margarita V.; Paranhos Silva, Cristina Beatriz ; Salgado, Edna ; Ribeiro Neves, Mariza Helena S.. Gramsci e a Educação. Em: http://www.uniube.br/institucional/proreitoria/propep/mestrado/educacao/revista/vol02/05/art01.htm

8. Voegelin, Eric. Autobiographical Reflections, p. 49.Louisiana State University Press,1996.

9. Gramsci, A.. Os intelectuais e a organização da cultura. p. 121, 8.ed. Rio de janeiro, Civilização Brasileira,1991. Citado por Rodrigues, Margarita V.; Paranhos Silva, Cristina Beatriz ; Salgado, Edna ; Ribeiro Neves, Mariza Helena S.. Gramsci e a Educação.

10. Bernardin, Pascal. L’Empire écologique écologique ou la subversion de l’écologie par le mondialisme, p. 8. Éditions Notre-Dame des Grâces, 1998. Citado em artigos disponíveis em www.olavodecarvalho.org

11. Sobre esses temas não posso me aprofundar mais, pois não os estudei com profundidade. Se, em alguns anos, persistir o silêncio acadêmico em torno de esse arrazoado, as chance dele estar correto é grande... Já os exemplos de doutrinação escolar, no Brasil e nos EUA, podem ser encontrados com profusão na internet. Isso não é paranóia “direitista” ou qualquer coisa do tipo, é fato, e é um fato grave. Recomendo, para o caso brasileiro, a visita a http://www.escolasempartido.org.

Vejo influência de Gramsci também no geógrafo, e teórico da globalização, Milton Santos. Consciente ou inconscientemente, ele resumiu a estratégia gramsciana numa entrevista publicada em livro: “Se trabalhamos com variáveis dinâmicas, produzimos uma interpretação sistêmica e durável, porque a variável escolhida já inclui o sentido da duração. Então, produzimos ao mesmo tempo uma interpretação e oferecemos o pano de fundo para a mudança possível. Nesse caso, as disciplinas que trabalham com variáveis dinâmicas são, todas, instrumentais por mais teóricas que também sejam. E o partido ainda é insubstituível, caso ele tenha bons filósofos ou intelectuais que ajudem na produção do seu discurso, sem estar obrigado ao compromisso com a ação. Porque tem que haver a elaboração do discurso, não basta a idéia. É o mundo da ideologia: se o mundo foi feito pelo discurso, tem que ser reconstruído pelo discurso. Isso talvez dê essa premissa ao papel do intelectual. O mundo atual é movido pelo discurso; nosso trabalho é oferecer o contra-discurso. E os partidos têm os especialistas do discurso”. Partindo de um intelectual honesto – pelo que conheço de sua biografia –, esta passagem decreta a morte da filosofia no Brasil: não se quer reconstruir o mundo desmascarando-se o velho discurso a partir da realidade, mas sim substituindo-o por um novo, pois é o mundo da ideologia... ver Território e Sociedade. Entrevista com Milton Santos, Seabra, Odete; Carvalho, Mônica de; Corrêa Leite, José. SP, Fundação Perseu Abramo, 2ª ed., 2001.

12. Digo isso baseando-me principalmente nas obras de: Vieira de Mello, Mário. Conceito de uma Educação da Cultura com referência ao Estetismo e à criação de um espírito ético no Brasil. Ed. Paz e Terra, 1986; Desenvolvimento e Cultura. O problema do estetismo no Brasil, SP, Nacional, 1950. O Humanista. A Ordem na alma do Indivíduo e na Sociedade. 1ª ed. Topbooks. 1996. E Meira Penna, J. O. de. A Ideologia do século XX. Ensaios sobre o Nacional-socialismo, o Marxismo, o Terceiro-mundismo e a Ideologia Brasileira, Rio, Nórdica,1994; Em Berço Esplêndido. Ensaios de Psicologia Coletiva Brasileira, 2ªed., Rio, Topbooks, 1996.

13. Disponível em http://www.paginasdinamicas.com.br/pt_historia/pg_dinamica/bin/pg_dinamica.php?id_pag=40

14. Resolução disponível em http://www.fpa.org.br/especiais/pt25anos/documentos/socialismo.pdf

15. Disponível em http://www.fpa.org.br/especiais/pt25anos/textos/utopia.htm

16. Carvalho, Olavo de. O Jardim das Aflições. De Epicuro à Ressurreição de César. Ensaio sobre o Materialismo e a Religião Civil, p. 287, SP, É Realizações, 2ªed., 2000.

17. Idem, p. 290.

18. em entrevista no Jornal O Globo de 15/10/2005

19. Voegelin, Eric. idem, pp. 45-49.

20. ib., p. 18.21.

21. As obras de ex-esquerdistas arrependidos como Arthur Koestler, Irving Kristol, David Horowitz,
Milovan Djilas, Daniel Bell, Paul Johnson, são importantíssimas. Sobre a degeneração da linguagem, estudar as de Karl Kraus, George Orwell, Eric Voegelin, entre outros. A meu ver, algo parecido ao esforço realizado por Kraus (mostrar como a corrupção semântica do idioma alemão favoreceu a ascensão de Hitler) tem sido feito por Olavo de Carvalho. Há também, é claro, os clássicos de Soljenitsin. No campo econômico, as obras de von Mises, Hayek, Böhm – Bawerik, entre outros, continuam imbatíveis.